11/07/2014 às 11h07min - Atualizada em 11/07/2014 às 11h07min

Prefeitura de São Roque instaura intervenção na Santa Casa de Misericórdia

Desentendimentos e prestações de contas irregulares foram os responsáveis pela ação.

A Prefeitura de São Roque instaurou uma intervenção na Santa Casa da Misericórdia. A notícia foi dada durante uma entrevistas coletiva realizada na prefeitura de São Roque, nesta quarta feira, dia 09. Segundo o Prefeito Daniel, a intervenção se deve a uma série de fatores, como desentendimentos operacionais, mas principalmente devido a inconsistência nas prestação de contas. “Nós instauramos uma comissão de sindicância que encontrou várias irregularidades” diz o prefeito.

Segundo o Diretor de Saúde da Prefeitura, Dr. Sandro Rizzi, o antigo administrador entrou com a função de descobrir se o dinheiro repassado para a santa casa estava sendo utilizado somente para o atendimento do SUS, ou se estava sendo utilizado também no atendimento a convênios.

Apesar da afirmação de que as verbas eram utilizadas apenas para o SUS, as prestações de contas enviadas a prefeitura não davam suporte para que o assunto fosse totalmente esclarecido. Como o trabalho do atual administrador não estava atendendo as expectativas, a prefeitura pediu que um novo profissional assumisse as funções, depois que a prefeitura renovou seu convênio com a Santa Casa em abril.

Apesar da Santa Casa já ter afirmado anteriormente que o gestor da Santa Casa indicado pela prefeitura não ter experiência em administração, em depoimento, o gestor Rogério Gomes da Silveira afirma que tem sim a formação profissional e experiência necessária para assumir suas funções e que ao tentar realizar suas atribuições dentro da instituição, teve seu trabalho boicotado pela administração da Santa Casa.

 A afirmação foi confirmada pelo Dr. Sandro. “Quando pedimos para mudar, não houve uma aceitação e o nosso administrador não teve condições de desempenhar o seu trabalho”, afirmou ao dizer que depois de instaurada a sindicância a prefeitura constatou que estava havendo uma má utilização de dinheiro público, embora sejam necessários mais documentações para provar isso. A empresa de consultoria e gestão, contratada para apurar o fato ainda não entregou o relatório final, o relatório prévio será entregue no dia 16 e o final depois de três meses.

Porém a prefeitura afirmou que não pode esperar o relatório. “O mistério público diz que se há uma irregularidade grave com o mau uso do dinheiro público você tem quinze dias para tomar uma atitude”, afirma ao comentar também que a prefeitura não poderia continuar enviando verba para a instituição e para que os funcionários pudessem ser pagos, a administração instaurou a intervenção.

A prefeitura garantiu que os trabalhos realizados na Santa Casa, assim como seu quadro de funcionários, não irão sofrer qualquer alteração e que os três profissionais que farão parte da comissão interventora têm experiência em administração hospitalar. Fazem parte da comissão interventora, o administrador Ademir Francisco de Campos, que já atuou na intervenção da Santa Casa de Misericórdia de Itú e no Hospital do município de Zé Doca, no Maranhão.  O empresário Jorge Henrique Haddad também integra a comissão, com 24 anos de experiência como gestor de contratos em Furnas Centrais Elétricas e na Peterco. O último membro gestor é o empresário Sidney Muniz Sant’Ana, que acumula 18 anos na área de saúde em empresas como Unimed e Inter Systems.

A comissão deve exercer seus trabalhos por um período de 180 dias, onde será feita uma auditoria e se não for detectada nenhuma irregularidade a administração pode ser entregue novamente a atual administração ou a uma nova. No caso de alguma irregularidade ser encontrada, o Ministério Público e o Tribunal de Contas assumem o caso.

Segundo o diretor de saúde, a administração precisa estar em sintonia com a gestão pública para que possam haver melhoras nos serviços da Santa Casa, que atualmente tem uma grande dificuldade para fazer com que a instituição englobe mais serviços, como a ajuda psiquiátrica, que já é atendida pela santa casa, mas que não tem cadastramento.

O administrador do hospital, Julio Mariano, se defendeu das acusações efetuadas pela prefeitura.

Segundo ele, a Santa Casa precisou de tempo para se adequar a um novo modelo de prestação de contas mais especifico e detalhado, que foi estabelecido pela prefeitura no mês de abril. A instituição precisou de tempo para se adequar a este novo modelo e durante este período, as prestações foram entregues incompletas, porém no dia 07 de junho, com autorização prévia da prefeitura, as novas prestações dos meses de abril e maio foram reentregues, desta vez seguindo todas as especificações pré estabelecidas.

Julio descreveu a intervenção como uma atitude apressada, já que no dia 15 de junho os administradores da Santa Casa deveriam comparecer a prefeitura para tomar conhecimento e prestar esclarecimentos sobre as possíveis irregularidades presentes na sindicância efetuada pela prefeitura. De acordo com o administrador, tudo poderia ter sido evitado se tivesse havido dialogo entre a Santa Casa e a prefeitura, que em sua opinião apenas interpretou mal a utilização das verbas enviadas ao hospital, punindo a instituição apenas por achar que existem irregularidades. “Não se condena alguém porque ele provavelmente matou alguém”, comenta.

Com relação à atuação do atual gestor encarregado do SUS, Rogério Gomes da Silveira, as acusações persistem. Foi dito que ele não comparecia ao seu local de trabalho e que “parava mais no Departamento de Saúde da prefeitura do que na Santa Casa”, além interferir na dinâmica do hospital e tomar atitudes irregulares na administração da instituição, sem dar ouvidos aos seus provedores. Rogério teria, por exemplo, ordenado ao contador que pagasse os médicos que não trabalhavam no plantão, efetuando o pagamento de 20 faltas que somavam o valor de R$ 26.600.


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