11/04/2014 às 10h54min - Atualizada em 11/04/2014 às 10h54min

Vereadores são investigados por possíveis irregularidades durante construção da Câmara

Jornal da Economia conversou com os acusados, Israel Toco e o ex-vereador Marquinho Chula. Ambos negaram qualquer ilegalidade

O vereador Israel Francisco de Oliveira, conhecido por Toco, e o ex-vereador Marcos Carvalho de Brito, o Marquinhos Chula, estão sendo investigados pelo Ministério Público (MP) por suposto superfaturamento durante a construção do novo prédio da Câmara dos Vereadores de São Roque, erguido entre os anos de 2008 e 2010, época em que Toco e Chula foram os presidentes da casa.

As acusações versam sobre materiais de alto preço e qualidade apontados nas listas de compras para a obra, mas que não foram instalados no prédio. A Câmara pagou, por exemplo, por mictórios em aço inox e vasos sanitários acessíveis a deficientes físicos, mas esses equipamentos não foram instalados, segundo informações do Jornal “Estadão”.

Outro exemplo, apurado pelo mesmo jornal, é que o edifício tem grande parte da estrutura em vidro de oito milímetros de espessura, mas o valor pago corresponde a vidros de 12 milímetros, que são mais caros. Além destes itens, também é indicado que a Câmara pagou pela instalação de porcelanato, porém, foi instalado piso comum no prédio.

O Jornal da Economia entrou em contato com o vereador Toco na manhã de quinta-feira (10), através do telefone celular, a fim de ouvir um parecer do mesmo sobre as acusações. O vereador afirmou que não fez nada de errado e que tem plena certeza de que as investigações não apontarão nenhuma irregularidade. “Nem eu e nem o Chula participamos de irregularidade nenhuma”, disse o vereador, defendendo também o outro investigado.

Toco, que foi presidente da câmara em 2008, alega que as acusações não passam de perseguição política pelo fato de o vereador fazer parte da comissão que investiga a compra dos playgrounds pela Prefeitura de São Roque. “Peçam para a população fazer uma comparativo de qual saiu mais caro: O prédio da Câmara, que é enorme e moderno, por R$ 2 milhões ou os 10 playgrounds por R$ 1 milhão e 60 mil?”, dispara o vereador. 475 1m691

Também na manhã de quinta-feira, conversamos com o ex-vereador Chula, presidente da câmara em 2009 e 2010, que afirmou que a obra na câmara foi um dos prédios públicos mais baratos do país. “A obra saiu por cerca de R$ 1 mil o metro quadrado. Esse valor é o menor entre os prédios públicos da região. Foram cerca de 2,1 milhões de reais usados, sendo que o vereador Toco foi responsável por aproximados R$ 1 milhão e 700 mil e eu R$ 400 mil. Não há superfaturamento nenhum nessa história”, afirma Chula. O ex-vereador também quis citar o caso dos playgrounds, alegando perseguição política. “Imagine se a gente tivesse pagado R$ 106 reais em um piso de R$ 40? Aí sim a população ia cair matando”. O ex-vereador apontou esses valores, pois a Prefeitura pagou 106 mil reais em cada playground e os vereadores que investigam o caso acreditam que cada um custa cerca de 40 mil, por isso a analogia sarcástica de Chula.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Câmara dos Vereadores de São Roque, questionando os números exatos, tanto do tamanho do terreno do prédio, quanto do valor gasto para construí-lo. Fomos informados de que a área total do terreno é de 4.777 m², sendo que a área construída (o prédio em si) corresponde a 1.929,04 m². De acordo com o processo licitatório referente à construção do prédio da Câmara Municipal, foram gastos, na época, o valor de R$2.166.798,78.

 O MP solicitou uma vistoria técnica no prédio e aguarda o laudo.


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